Elipse

A poesia emerge no esconderijo do amanhã

e reverbera no tempo...

descalça o acaso bordado de estrelas

alça as centelhas que migram do eclipse

aguça os poros dos átomos

corroí a membrana sintética do abismo

enverga frases elipsas

some na candura do amanhã

E por meio das eras ácidas

a luz implode raios nos cetins

a dor declama na aurora de sal

a chuva de chumbo abre feridas geométricas

a noite exposta namora com o ponto fixo da lua

o paralelo abre palavras oblíquas e distâncias agudas

e as rosas excitam moléculas frias

que morrem sob a essência do movimento.