QUIETA COMO UMA XÍCARA
Quieta...Tão quieta como uma xícara!
Impassível, serenamente posta sobre a mesa,
Com uma toalha de linho branco e bordada,
Com motivos florais da primavera.
Eu sobre meu companheiro pires,
Parceiro inseparável do silencio meditativo.
Contemplávamos a espera que nos cercava,
No momento crucial em ser absorvida.
Quieta como uma xícara,
Só esperando a hora decisiva de ser tocada,
Preenchida pelo liquido aquoso,
Que me toca o fundo de maneira impetuosa.
Sentindo o ar menos quente que me assoprava,
Era o refrigério para as minhas bordas intocadas.
Segurada por mãos que sabiam onde me tocar,
Deixava-me levar as alturas pelo frenesi provocado.
Quieta...Tão quieta como uma xícara.
Impassiva diante do quadro que se avizinhava,
Era um componente do quadro emoldurado,
Que se rendia ao meu silencio proposto.
Quieta..
Mais quieta que uma xícara,
Que apenas adorna uma mesa.
Eu era o seguimento principal,
O objetivo de mãos e olhares,
Que me contemplavam na sutileza,
De chamar a atenção sem me desnudar.
Apenas deixando no ar,
A singeleza da porcelana milenar.
Que o pintor soube tão bem,
Deixar um sonho, nas linhas gravadas,
O nome que os seus olhos perseguem.
da minha amiga
pele serena 17/09/2007
Di Camargo