SOFISMAS

Perco, num instante, as palavras.

E elas, inconscientemente, formam

Um desenho sem forma. A

Poesia, cúmplice, cumpre o

Dever de manter-se ausente.

Poderia resistir, se me dessem mais

Do que me dão. Ou manter-me

Em silêncio, enquanto propagam

Heresias com voz de pássaros, em

Salões felizes. A farsa das palavras, no

Entanto, não me deixa deixar

De lado os sofismas de minha

Própria voz. São gente, pessoas

Que esperam, de algum modo,

Uma resposta. Quem lhes dará?

Não será meu verso, manipulação?

E Minh’ alma, um cruzamento de

Ideias? Falo de mim, ao mesmo

Tempo repreendo minha voz e

Minhas mentiras. A poesia, não

Teimem, está morta.

João Barros
Enviado por João Barros em 11/02/2019
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