Existes?

. Às vezes

me pergunto

quando vai terminar

esta busca,

esta razão sem fim

de buscar.

De encaixilhar você

nas minhas alegorias

nos meus desejos

aleatórios desarmônicos.

Em meio aos anos que passam

jeitosos que embranquecem

que pintam de alvejado meus

devaneios e minhas frustações.

Volto a perguntar

existes?

Ou criei-te?

Na fantasia maior

dos meus aforismos,

nas imaginações das minhas

horas de angustias e de isolamento.

Existes?

Ou estais escondida

nas sombras que seguem

meus estreitos amofinados.

Existes?

Ou meramente

me fazes procurar

como uma obstinação inquieta.

Que dentro de você vive

pelo prazer de me fazer

buscar