AURORA
É a manhã a porcelana de um dia,
Desperta-se a terra ante o orvalho
De uma sensibilidade que é o talho
Donde se obtém poema em sangria.
A sensualidade opera no amanhecer
A inspiração da neve que cai no crisol
E se alastra na atmosfera e no arrebol
Oferecendo o bálsamo do real prazer.
Sempre se tem a certeza que agonia
O êxtase que se manifesta no âmago...
Quando o trovão sucede ao relâmpago,
Há a voz do tempo que é a nostalgia...
Cedo ou tarde o amor que era ausente
Descortina-se diante do húmus luzente!
DE Ivan de Oliveira Melo