AURORA

É a manhã a porcelana de um dia,

Desperta-se a terra ante o orvalho

De uma sensibilidade que é o talho

Donde se obtém poema em sangria.

A sensualidade opera no amanhecer

A inspiração da neve que cai no crisol

E se alastra na atmosfera e no arrebol

Oferecendo o bálsamo do real prazer.

Sempre se tem a certeza que agonia

O êxtase que se manifesta no âmago...

Quando o trovão sucede ao relâmpago,

Há a voz do tempo que é a nostalgia...

Cedo ou tarde o amor que era ausente

Descortina-se diante do húmus luzente!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 10/02/2019
Código do texto: T6571203
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