Digitais

Onde estão as digitais de seus olhos, poesia?

A pena do galo perdeu a cor,

Não pinta cocegas, o pé trocou de libido.

Os olhos do turista desdenham dos rupestres,

"-Desenhos selvagens e sem arquétipo,

Que não paga o suor da trilha."

Os versos, que não são meus, imbuídos de quentura,

Queima a neve sem derrete-la.

As correntes aprisiona meu Eros

A poesia ganha os mirantes

E de minha carne em carvão canta a melancolia do amor.

A larva é tão fria comparado a saliva de seu labirinto.

E o leite tão embriagador quando recitado em sua homenagem.

Em minha tela fossilizada só pinto o estado de alucinação.

Diga-me, poesia

Onde decanta seu vinho?

De quais armas preciso para lhe escrever versos dignos?

Diga-me qual sua oferenda predileta, eu vou la buscar!

So não me olhe com esses olhos sem digitais,

Pelo amor à justiça dos sentidos, amém!!

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Organico
Enviado por Organico em 09/02/2019
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