Digitais
Onde estão as digitais de seus olhos, poesia?
A pena do galo perdeu a cor,
Não pinta cocegas, o pé trocou de libido.
Os olhos do turista desdenham dos rupestres,
"-Desenhos selvagens e sem arquétipo,
Que não paga o suor da trilha."
Os versos, que não são meus, imbuídos de quentura,
Queima a neve sem derrete-la.
As correntes aprisiona meu Eros
A poesia ganha os mirantes
E de minha carne em carvão canta a melancolia do amor.
A larva é tão fria comparado a saliva de seu labirinto.
E o leite tão embriagador quando recitado em sua homenagem.
Em minha tela fossilizada só pinto o estado de alucinação.
Diga-me, poesia
Onde decanta seu vinho?
De quais armas preciso para lhe escrever versos dignos?
Diga-me qual sua oferenda predileta, eu vou la buscar!
So não me olhe com esses olhos sem digitais,
Pelo amor à justiça dos sentidos, amém!!
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