indefere
habito uma casa que não é minha
do hábito, um corpo que não é meu
do cansaço, a fadiga distancia os braços
de um amor que não foi teu
não há beira de morada
nem um mar que céu apruma
reza, a cor é púrpura
da noite que não adia
me fiz do encalço e
do desprezo
o silêncio não é recluso
porque da morte não há partida
e se nalgum dia retornar
àquela casa
sem mora ou recaída
não diga adeus a despedida