JARDINS DO TEMPO
JARDINS DO TEMPO
por Juliana S. Valis
Não se deve decorar um jardim hoje
Com as rosas quebradas de ontem,
Nem esperar por flores, amanhã,
Se não as plantarmos agora,
Entre os passeios da alma e da mente,
Entre sementes de sonhos, de história,
Que poderão germinar pelos jardins do tempo...
Pois não se decora um jardim com rosas quebradas,
Com memórias rasgadas entre os papéis da vida,
Feito espinhos do tempo remendando, na estrada,
Infinitas folhas e pétalas de qualquer saída,
Não se reprime a alma, entre tudo e nada,
Como sombra etérea de uma luz vencida,
O que nos sobra é um mistério, humano, que brada
Pelos jardins do tempo, a cada despedida.
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