Complicações do hoje
Censuro-me
Pelo medo
De estar,
De uma maneira
Ou outra,
Certo sobre tudo.
Sei que fora dito,
Subliminarmente,
Que o agora seria
Interrompido pelos
Erros cometidos,
Sofridos e repetidos
Do atormentado antes.
Não é uma decisão
Que caberá a mim
Ser o alguém que
Terá o controle
E a culpa de ser
A pessoa a qual decide.
Alternativas,
Vontades e ações
Que se anulam quando
Observadas de perto.
Há outra maneira
De disfarçar-me de vítima?
Pois não há outro jeito
Além de depositar
Migalhas de esperança
E um último suspiros
Em uma última tentativa
Para recuperar o que fora
Perdido na dissonância do ontem.
E hoje,
Discretamente,
A vida se move
Em passos mancos
De volta ao rumo
A qual se perdeu.
Não há nada para ver,
Não há nada para ser.
Nessas complicações
Vejo em seus olhos
Suas segundas intenções,
Desarmo-me de salvações,
Revelo minha fraqueza
E abro mão de todas as razões.
Enquanto minha mente
A mim mesmo sussurra
Que a melhor coisa
Que há em minha esperança
É que ela deixará saber
Quando não houver
Nenhuma outra opção
Além de deixá-la para trás.