Complicações do hoje

Censuro-me

Pelo medo

De estar,

De uma maneira

Ou outra,

Certo sobre tudo.

Sei que fora dito,

Subliminarmente,

Que o agora seria

Interrompido pelos

Erros cometidos,

Sofridos e repetidos

Do atormentado antes.

Não é uma decisão

Que caberá a mim

Ser o alguém que

Terá o controle

E a culpa de ser

A pessoa a qual decide.

Alternativas,

Vontades e ações

Que se anulam quando

Observadas de perto.

Há outra maneira

De disfarçar-me de vítima?

Pois não há outro jeito

Além de depositar

Migalhas de esperança

E um último suspiros

Em uma última tentativa

Para recuperar o que fora

Perdido na dissonância do ontem.

E hoje,

Discretamente,

A vida se move

Em passos mancos

De volta ao rumo

A qual se perdeu.

Não há nada para ver,

Não há nada para ser.

Nessas complicações

Vejo em seus olhos

Suas segundas intenções,

Desarmo-me de salvações,

Revelo minha fraqueza

E abro mão de todas as razões.

Enquanto minha mente

A mim mesmo sussurra

Que a melhor coisa

Que há em minha esperança

É que ela deixará saber

Quando não houver

Nenhuma outra opção

Além de deixá-la para trás.

Daniel Yukon
Enviado por Daniel Yukon em 06/02/2019
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