Os corvos
Enquanto eu caminhava na rua hoje,
pude perceber o quanto corvos
amam matéria morta
E o quanto eles amam a bochecha rosa,
da menina que os teme, mas no fundo gosta.
Já mudei mil vezes de rota,
só para ver os espinhos em suas costas.
Ela disse que o vazio esgota,
e que mesmo gostando,
pássaros noturnos,
eram sinais de derrota.
Ela e suas botas
E seu shortinho remendado.
Me impressiona,
Como algo tão belo é obscuro?
Como alguém mesmo tendo caminho livre,
pula o muro?
E me assusto,
enquanto sigo e sussurro…
‘O que será de mim, sem você, eu sumo.’
E todos os corvos e o pássaro noturno,
se calaram por causa de mim.
E mudaram seus turnos.
Então silêncio taciturno
Veredito:
“Ela conheceu outro passarinho mais bonito”
- Os corvos