Sejamos Velas

O fogo do caos não pode ser extinto

Deixem que ele queime em nós,

E se não podemos impedir que nos consuma no final,

Então que assim seja,

Deixe que ele nos consuma,

Mas que seja aos poucos

Que ele queime lentamente,

Continuamente,

Como velas

Não há ordem sem caos,

Mas ainda pode haver a ordem em meio ao caos,

Limitando-o e domando-o

Como o pavio de uma vela

Um explosivo não é bom combustível,

Queimemos devagar então,

Sem sermos completamente destruídos pelas chamas da loucura e da paixão,

Mas sem nunca deixá-las se extinguirem,

Sejamos velas, meus amigos, sejamos velas,

Eis a resposta ao mistério da vida

Quiseram me tirar desta minha prisão,

Disseram, vem, me dê a mão

Eu me neguei, quero minha cela,

Quero estes desejos, estes anseios,

Humanos, demasiado humanos,

Amo minha carne, minha ambição,

Mas eu quero a chave,

Para que eu possa sempre sair e voltar dela quando eu bem entender,

Quero domar este animal humano que meu espírito habita

Montar nele e cavalgar até o horizonte,

Juntos

Gabriel Valeriolete
Enviado por Gabriel Valeriolete em 05/02/2019
Reeditado em 05/02/2019
Código do texto: T6567493
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