O não saber castiga

mas o saber tortura mais

a certeza da existência

do vago e longo jamais.

Desesperador continuar,

suportar o açoite voraz

é a única saída

que o trajeto trás.

Em meio a extinção caminho só

escolha do mundo, culpo a insanidade

destinada a viver e morrer de saudade

o vazio é surreal

plebe tão hostil e desigual.

Entre muitos, vou a esmo

poucos querem me acompanhar

mas não podem, pois nunca poderão mudar.

Não há como dividir essa lida,

quando a desventura é rotina

que da existência não foi abolida.

Tão doloroso encarar

o medo sufocante do despertar

o mundo enlouqueceu e quer meu sangue

o que do amanhã esperar?

Eles passam através de mim

eu não os reconheço

não me enxergam e temo ser vista.

O exílio excruciante me devora

busco esperança na fresta de destruição

como sobreviver no caos da multidão?

Sonhos demolidos no despedaçado jardim

o desertar é o que me espera no fim.

A solitude será eterna vizinha

eu sei que estou sozinha.

Helena Dalillah
Enviado por Helena Dalillah em 05/02/2019
Reeditado em 26/11/2019
Código do texto: T6567382
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