Então é Carnaval...
Corpos suados sensualizando,
Embalados por marchinhas, Anitas e sertanejos.
Amassos e encantos em qualquer canto.
A festa da carne expondo mais que revelando,
Os demônios secretos e as frustrações,
Serão purpurinados em um mega evento.
A multidão ritmada pula enquanto sufoca o pranto,
Das histórias passadas ao início do ano.
Seremos para o mundo todos palhaços,
Camuflados em abadás caros ou enrolados em papel higiênico.
Igualando-se na suposta liberdade de fora,
Satisfazendo a ilusão que grita por dentro.
Afogam magoas em bebidas e gastos,
Entre os que brincam, isolam-se ou viajam.
Depois de tudo sobrarão as fotos, os posts e alguns arrependimentos,
Dos quatro dias de euforia, misérias e alegria.
Tem que valer a pena o passe livre da folia,
Para lidar com a realidade que virá depois.
Sabedores que as cinzas surgem após todo incêndio.
Porém, a Fênix renasce, quando tudo já se foi.