Choram Montanhas
Choram montanhas lágrimas de lama
que não são suas
Choram filhos soterrados pela ganância galopante
que não é sua
Choram pais em dicotomia perdidos
nas ambições mordazes
que não são suas
Choram muares, lamentando os ares
atolados em desamparo
na pobreza de espírito de um pobre país rico,
de um rico país pobre, sem recursos
no decurso do degresso estampado em sua flâmula.
Nem um dardo é dado a apaziguar o sofrimento
que é seu.
Choram brumas dizimadas pelo rejeito
E rejeito premido pela mesma força da que trabalha contra a beleza do Paraíso.
A Grande Prostituta que seduz o mundo,
atrai e trai o homem com o poder do vil metal
sidérico e radioativo, instrumento da descriação.
Aos inocentes, o peso da provação
e o descaso de não ser gente.
Aos insensatos, a justiça do alto em lança de ferro
(nobre ferro) cravada no cérebro de sua (in)consciência
mórbida, soturna, e o sequestro da alma
que já não é mais sua.