operário II
envelheço as rugas
porque não tenho pressa
quando morre a labuta
da noite, caem as estrelas em vão?
o que escreve
um operário após um
dia de chão?
e sentado, a beira da minha testa,
canso os braços do pão
recosto sob as horas
à espreita do Cão
releio as sobras
de uma vida em vão
mas envelheço as rugas
porque não tenho pressa