Sobreviventes
Ai o beijo assassino!
quantos nos seus lábios,
quantos assassinados?
eram apenas meninos...
Pobres e inocentes meninos.
Ébrios com o doce vinho,
viam os portões do seu palácio de vento,
imaginavam-se lá no alto,
burros e apaixonados, pobres, pobres meninos.
Alguns dos sobreviventes, hoje são poetas,
outros vestiram habito de anacoreta,
e outros ficaram doidos de pedra.
" Lábios malditos de lótus de fogo,
que fazem esquecer que a vida ainda é bela,
que fazem rasgar o mapa do tesouro,
e que transformam impávidos leões, em hienas, caracóis e cadelas."