A MOÇA NA JANELA
Toda vez que saio à rua
Noto aquela moça na janela
Algum dia ainda vou lhe perguntar:
Por quem você espera?
Mas seu semblante não muda
Quando me vê passar
É sempre aquele olhar no vazio
Só ela sabe o que vê
Sem deixar conhecer a imagem
Algumas vezes tento adivinhar
Olhando na mesma direção
Quando volto à tarde mais apressado
Cumprimento com um meneio de cabeça
Ela continua perigosamente no mesmo lugar
Agora me veio o desejo de perguntar novamente
Se quem ela espera já passou, se encantou
E se nada ela me responder
Vou saber que não é por mim que ela espera
Cada olhar que lanço na sua direção
Os olhos dela não respondem aos meus
Invento mil maneiras dentro de mim
Para chegar ainda mais próximo dela
Talvez escreva uma carta, um poema
Ou quem sabe uma mensagem via WhatsApp
Talvez seja melhor deixar pra lá
Ademais essa moça pode ser uma namoradeira
Castro Rosas