"O choro da pintura"
Um bom e rascante copo de vinho (branco),
a noite não quer chegar, é verão insistente
mas há algo de inquietação, perpetuando:
um quê sinestésico, lembranças, talvez,
devaneios sentidos, (naquele flanco)...
Talvez, o brilho do olhar, à frente da tela,
talvez o ouriçar dos pelos, os do braço,
ou, coxas nuas, desabafadas, e firmes
um sentir gostoso, único, hábil e (vil)
lembranças nada vagas, lá dentro dela...
No visor, um brilho d'olhos molhados
reflexos que remetem - às sensações
ou, ao copo... a um copo vazio, seco
e a pintura, em inusitada "localização"
chora, mesmo sem toques, singrados...
E o pin...cel, aquele, ainda na mente
- pra "arte"-pronto, deslizando, firme,
do "choro", fez um modus operandi:
com fascínio, "traçou" a pintura...
ardente!