"O choro da pintura"

Um bom e rascante copo de vinho (branco),

a noite não quer chegar, é verão insistente

mas há algo de inquietação, perpetuando:

um quê sinestésico, lembranças, talvez,

devaneios sentidos, (naquele flanco)...

Talvez, o brilho do olhar, à frente da tela,

talvez o ouriçar dos pelos, os do braço,

ou, coxas nuas, desabafadas, e firmes

um sentir gostoso, único, hábil e (vil)

lembranças nada vagas, lá dentro dela...

No visor, um brilho d'olhos molhados

reflexos que remetem - às sensações

ou, ao copo... a um copo vazio, seco

e a pintura, em inusitada "localização"

chora, mesmo sem toques, singrados...

E o pin...cel, aquele, ainda na mente

- pra "arte"-pronto, deslizando, firme,

do "choro", fez um modus operandi:

com fascínio, "traçou" a pintura...

ardente!

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 30/01/2019
Reeditado em 30/01/2019
Código do texto: T6562980
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