A menina que se vê na tela
Estática,
Ela mantinha–se imóvel
E o pincel captava seus meneios
Pálida, e afável
A aquarela dava-lhe cores
As sombras sugeriam os seios
Silenciosa, espartana
A alegria capciosa
Era arrancada em cesarianas
O olhar, fitando o infinito
Vertia nota subliminar
Que cobria a menina libido
Insinuando querer amar
Deitada no divã do artista
Deixando traços à vista
Nua, revelando na alcova
Pudor, que a tela punha à prova