A menina que se vê na tela

Estática,

Ela mantinha–se imóvel

E o pincel captava seus meneios

Pálida, e afável

A aquarela dava-lhe cores

As sombras sugeriam os seios

Silenciosa, espartana

A alegria capciosa

Era arrancada em cesarianas

O olhar, fitando o infinito

Vertia nota subliminar

Que cobria a menina libido

Insinuando querer amar

Deitada no divã do artista

Deixando traços à vista

Nua, revelando na alcova

Pudor, que a tela punha à prova

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 28/01/2019
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