SE VOLTASSE AQUELA GARÇA

Se soubesse a garça o que nela vejo,

Sobrevoaria meu peito poeta

E arrancaria novamente versos

Desta língua de voz rouca e pouca.

Se ela sobrevoasse o jardim à beira do rio,

Sentiria o mel espalhado pelas águas,

Do sabor no minúsculo botão

Sugaria a força para mais um voo

entre estrelas e línguas quentes de sol.

Ouviria os versos entre lábios

Em voz que ecoasse profundamente

A cavalgar as ondas e correntezas

Derramadas em rendas sob os adornos

De suas asas também alvas.

Tal qual a láctea via a escorrer no espaço,

Perpetuaria a suave visita

entre frondosas copas.

Se voltasse aquela garça,

Subiria aos céus de alegria, pleno voo

Feliz por ter sentido o prazer

dos pequeninos grãos da areia macia.

Se aquelas asas voltassem,

Eu voaria com elas,

para sentir o gozo da liberdade.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 28/01/2019
Reeditado em 28/01/2019
Código do texto: T6561158
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