Até quando por esse vale, Vale?
Até quando por esse vale, Vale?
Até quando caminharemos
por esse vale de lágrimas
de água, minério,
de lama.
Até quando Vale?
O horror, a vergonha,
a triste dor, o horror
como foi em Mariana.
E quando achávamos;
Ficariam apenas cicatrizes,
vem essa sangria no peito,
na alma outra vez,
o choro, o vazio,
Tudo jogado na lama.
Um vale amargo,
Dissabor,
A morte se impunha.
E como foi já um dia
com tantas mulheres, homens, crianças,
O rio doce da paz
Chora a desesperança.
Ainda agora, vi a natureza inteira,
uma cidade Mineira,
Perdida por esse vale de lágrimas.
Brumadinho, Minas Gerais
Choramos com você
todos esses doloridos ais.
Paula Belmino