TEMPO
Pai da noite
Mãe do dia
Trono dos justos
Templo consolador dos aflitos
Volta do pródigo filho
Entranhas da alma gerando alegria.
Rio de lágrimas
Cachoeira de sorrisos
Que em sete quedas renasce
Prensa das duras horas
Dor que nunca se acaba
Átimo no perene desejo
Volátil felicidade vigiada.
Ruptura de rejeitos
No chão da ganância represados
Mão pesada do Criador
Revolvendo o solo maculado
Rasoura que aniquila o egoísmo
Onde escravo e senhor são adubo
Nivelando novamente o solo machucado.
Mão suave da Mãe Terra
Ponto a ponto
Costura eternamente remendada
Unguento de todas as feridas
Útero cósmico, regresso
Para o vil e para o justo
Nova viagem programada
Mistério...
Alimento generoso
Entre o casulo e a asa.