BRUMADINHO

BRUMADINHO

Bruma dissipa-se

Em Brumadinho não

As gotículas são lágrimas

Que perpassam a lama

E encontram corpos inertes

Inocentes úteis ou inúteis

D’uma avalanche de insanos

Que consideram vidas

Coisas fúteis

E desenterram minérios

Criando cemitérios

Onde são sepultados

Desejos e projetos

De mães sem amparo

De pais e filhos desaparecidos

Que logo serão esquecidos

Pelos que se arvoram dignitários

Do progresso e da ordem

Que não cansam de transgredir

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 27/01/2019
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