BRUMADINHO
BRUMADINHO
Bruma dissipa-se
Em Brumadinho não
As gotículas são lágrimas
Que perpassam a lama
E encontram corpos inertes
Inocentes úteis ou inúteis
D’uma avalanche de insanos
Que consideram vidas
Coisas fúteis
E desenterram minérios
Criando cemitérios
Onde são sepultados
Desejos e projetos
De mães sem amparo
De pais e filhos desaparecidos
Que logo serão esquecidos
Pelos que se arvoram dignitários
Do progresso e da ordem
Que não cansam de transgredir