O silêncio branco
 
A vida é um tempo que passa
Numa fase onde nascemos sem fé
Para num lendário abismo cair e crescer
Num formato bem além da alma
Que desfia o trançado em sequência
 
E joga em partes os raios da vida
Deixando suavizar a densa solidão do canto
Era um amor maior e quase íntimo
Mostrando que a dor escorre
E a vida faz e acontece sem volver a chama
 
A solidão é a purificação da alma
Que alarga o sentido plantado no vulto
Onde a chuva molha o túnel e o tempo
Na elegante feitura de uma carícia
Que segue na delicadeza em transe
 
Da voz suave que dilata os lábios
Para no cansaço deitar um beijo
Que segue pela alma numa sombra inteira
Só as letras ficam debruçadas na luz
Vejo a lua num orvalho dourado
 
Molhando de paz o seu corpo inteiro
Agitando o gozo sagrado da pele
E nos olhos do prazer arde a rosa
Construindo um sonho no silêncio branco
E ao sair apague a luz que sangra




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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 26/01/2019
Reeditado em 30/01/2019
Código do texto: T6560241
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