Dormito na Cefaléia do Luar

A saudade aniquila os presépios da esperança

Enxergo o infringir de minha desistência

Dormito no sacrilégio do desespero

Quero apascentar meu desejo

Na avenida sólida que reimagina

O tratado de aborto da imaginação

Quero vivenciar paradigmas na solene devoção

Que perambula na arquitetura da emoção

Quero apascentar os enigmas do magistério

Meu coração apreende a acefalia de meu pensar

Quero nocautear desdenhos pois o dever instiga

As semelhanças inatingíveis da solidão

Repasso a maneira certa de contra-atacar sonhos

Quero reanimar minhas palavras

No bolso do desespero

Imagino a situação adversa da razão

Vivo destilando sonhos no confisco adjacente da dor

Fábulas não reanimam a sentença do descaso

Imprenscindíveis passos se agarram

No clamor da aurora

Pois realinho as pestes do desconhecido

Perfeição não atinge meus desejos

Quero apenas procedurar enigmas

No desejo assolador da razão

Tracejo as fábulas de minha ascensão

Pois o elixir desmembra saudosismos

Nas Arábias do terror

Ergo o encantamento da mensagem

Açoito mensagens na colônia do desespero

Entrego o pensamento que dispõe de seu dever

Não dou valor em fábulas pois o desejo

Se encarna na trépida aliança dos descartes do terror

Infrinjo tempestades, ignoro as mercadorias da aliciação

Como conseguir dar a volta ao mundo

Se destilo o veneno de minha redenção

O mundo se embebeda com suas palavras chulas

A cultura desmembra seus gestos

Na facção de sua podridão

Pois domestico alucinações que demandam segredos

Onde a corrosão declama seus fatos

Nas chamas das falácias do recôncavo de minha mocidade

A mentira corta meus pulsos na áurea

Que desmembra seu vislumbre

Acarretando assim insinuações

Que labaredam nos fardos inconsequentes

Ocasionados na sucção do devaneio estelar

Desço até as eliminatórias do abismo

E subo até o campeonato dos céus

Acorrento as morbidades de minha alma

Como alcançar o paraíso

Se o destino me acusa do tombo da misericórdia

Apunho pelas costas o meu ato de amar

Sentencio as moradas do medo

Quero apenas distanciar pestanejos

Na sombra de um coração sertanejo

Que se aventura no galgar da luz