eco
ainda estou muda
encolhida e desfeita
nessa lama
que vale
um sórdido ouro
de novo
embrulhando
enojando
matando
corpos suprimidos
sonhos violados
sol e lua
que não nascerão
nos olhos enterrados
pela ambição
e pelo desprezo
muda a voz
perdem-se cores
restando
apenas esse barro
onde se esculpe
o ódio e a raiva
não há palavras
esse poema
é só um eco
do nosso assombro