Sou das coisas breves da vida

Do silêncio que me convém

Ou do barulho que me consagra

Ou até mesmo do amor inerte, inato

Que habita um peito desiludido

Do temor supersticioso que não tenho

Ou da insuficiência do meu ego

Que anda nú diante a ignorância

E nem me surpreende mais

Velando meus passos como minh' alma

Que dorme fora de mim

E nunca pretende acordar

Dos sonhos de minha consciência

Então, somente sou

Das coisas breves da vida

Não me alongo em excesso

Por falta de necessidade