Dos Afazeres!
Para fazer, enquanto cascatas dilapidam-se,
Sobre alguma raiva a sentir na vazante,
Um caminhão de oportunidades perdidas,
Desculpas demais sem nenhum controle,
Do olhar que favorece, nem sempre merecimento,
Todo tempo que o desperdício da espera impõe,
Sobrepondo mais desculpas entre as pernas,
Olhos que se crispam na frieza do cotidiano,
Partilhas sem que algum dogma se transforme,
Se tudo dói, tanto caminha em lado estreito,
Inventada a palavra desculpa na primeira hora
Para justificar aquilo que escoa pelo ladrão,
Águas sem uso, feito lágrimas desesperadas,
Corre hora, corre tempo, correria sem pensar,
Pensado apenas o que bem interessa,
Quando de interessante vira página virada,
Rodeiro que apenas o barro sustenta próximo,
Folguedos dispersos com as dores alheias
Como se próprias fossem, vínculos & vincos,
Página pelada, virando alguma esquina quieta,
Quebras de vidros para nada refletir no avesso,
Vaga o seio à mostra no escuro do quarto,
Rumo ao travesseiro que novas lágrimas recebem,
Fez escolhas, deixando de lado mais gasto,
Mais uma oportunidade, mais vazões & fugas,
Desanda a direção sem apartar qual destino quer,
Sem equilíbrio, apenas sobras, alguns meneios,
Uma vontade de dizer sim, um medo de aproximar,
Como se algum pedaço fosse arrancado, tortura,
Nada nunca foi pedido, sem exigências difusas,
Apenas apelos para uma boa companhia, gestos,
Carinhos fortuitos em momentos guardados
Nada que arrepiassem todos esses fantasmas,
Cada um toca a música que bem convém,
Apenas tiram das oportunidades o bem querer,
Do que tira, desnuda, então para amar,
Sem ter medo de ser feliz!
Peixão89