Borboletas
Aparente alegria,
por dentro prevalece a tristeza,
já me acostumei.
Não me sinto dentro de uma realidade,
sou esboço
de um sonho que aceitou ser um fim,
sou tatuagem
apagada no próprio coração
sou do amor, uma coincidência ruim.
Uma única palavra que li, me fechei,
sofri,
tornei-me um presente sem passado,
quando li e entendi a sua intenção.
Sou uma tarde dessas, fria acinzentada
com um fundo musical duma
triste canção.
As minhas borboletas,
todas mudaram de cor,
vivo num jardim seco, triste, sem flor.
Existe em mim muitas almas,
duas delas, consigo desenhar.
Uma,
raramente sonha, insiste em algo acreditar,
A outra
é muito triste,
essa que eu não consigo matar.
