AS DESVENTURAS DE SER POETA
Ah! Toda essa canastrice,
Essa voz chata e renitente!
Parece uma baranga penitente
Lamentando sua solteirice!
Ah! Essa cara meio enfezada,
Olhando assim, de revesgueio!
Crês que se fazendo inda mais feio
Assustas ou enfezas? Que nada!
E onde quer que você esteja
Ostenta essa barriguinha de cerveja
Contrastando a magreza de asceta!
Mas existe algo que te salva:
A capacidade de se entregar de tod’alma
Às desventuras de ser poeta!