OLHAR APRENDIZ
A construção da nossa casa
começou pela raiz.
Depois ganhou corpo
boca, olhos
vestido e chapéu.
Pegou aparência
adquiriu estatura
ficou bonita.
Dentro dela eu podia crescer à vontade!
À noite, o silêncio entrava
e a gente o levava para dormir.
De manhã,
o primeiro barulho
acordava os passarinhos.
O sol aproveitava
e entrava faceiro.
O vento assobiava
não sei para quem
e entrava também.
Eu, pequenina,
subia numa cadeira
e espiava o mundo lá fora
que cabia inteiro
na moldura da janela
e no meu olhar aprendiz.
começou pela raiz.
Depois ganhou corpo
boca, olhos
vestido e chapéu.
Pegou aparência
adquiriu estatura
ficou bonita.
Dentro dela eu podia crescer à vontade!
À noite, o silêncio entrava
e a gente o levava para dormir.
De manhã,
o primeiro barulho
acordava os passarinhos.
O sol aproveitava
e entrava faceiro.
O vento assobiava
não sei para quem
e entrava também.
Eu, pequenina,
subia numa cadeira
e espiava o mundo lá fora
que cabia inteiro
na moldura da janela
e no meu olhar aprendiz.
Do livro "Catador de Invisível", p. 110
(Imagem: Internet)
(Imagem: Internet)
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