INTERPRETE-ME
Cá estou eu, em mim, perdida entre nuvens condensadas por tempestades reprimidas.
Abraçando o mundo em minhas mãos, mantendo-no interligado em meu universo. O meu universo sombrio, deserto de primaveras, em sequidão de ternura.
Uma lua que invadia o breu que minh'alma adormecia. Constantes devaneios que consumiam minha mente, em ópio dum passado inexistente, um futuro que nunca chegava...
Eu insistia em descrever-me em poesias, num acróstico indecifrável. Tu vês?
Interprete-me!... Veja através das palavras que eu falo, sinta além do que eu transmito nas linhas. E mesmo assim... permaneça! Mesmo que descobrindo as minhas imperfeições, continue amando as minhas qualidades e me redescobrindo nos meus versos inversos.