Ingênuo amante...
Como poderia eu, ingênuo amante,
tão inocente em pensar ser o único
apreciador do por do sol,
e estas pétalas que jurei serem
ilegíveis para os carnais,
mas como?
se ouço uma voz sussurrar-me
a expressão de uma borboleta?
E estes olhos que me buscam de tão longe,
serão eles tolos em deslumbrar-se
num vôo aspirando o perfume das flores?
Perdoem-me olhos meus,
por tantas lágrimas de utopia.
E aos ventos obrigado,
obrigado pelo suspiro de amor
que trouxestes de tão longe
para gritar-me aos ouvidos
o rugido de amor.