A Noite do Caos

O tempo desmonta as faces do abismo

As coisas contradizem as inimizades do tempo

A ilusão oprime os sentidos

Parece que tudo se transforma em vingança

O abismo nos chama

A esperança nos renova

E o medo nos saúda

Como se a tempestade quisesse levar minha escória

Estou firme em um único propósito

Impor a paz do meu jeito

Mesmo se a dor suplantar o calor do sossego

Respiro trocando as marchas

De um abrigo respingado

Por traços amargurosos de justiça

Os meus olhos lacrimejam

A favor do infame

Onde minha mente elucida

A transposição de minha alucinação

O deserto negro insiste em tomar minha alma

Paz é só uma falácia que não existe em nosso tempo

Corrijo e oprimo as vertentes da ignorância

A transformação transborda

Os traços sórdidos de esperança

Escapo, como se tomasse um choque de realidade

Miragens transbordam a visão do oceano

Preciso pensar e seguir em frente

Sozinho no caminho do desconhecido

Sinto como se uma espada

Cortasse minha aurea

Quero viver impondo filosofias

Para o resto da humanidade

Apesar da confiança ficar esquecida

Nos trâmites do passado

Não me iludo mais por poucas bobagens

Sabia que este momento iria chegar

Quero apenas me libertar dessa corrente

E viver no meio inóspito da sociedade

Crio a paixão da dor

Gerencio as cartadas da desolação

Resfrio o motor de meu coração

Que respinga o óleo da vingança

Queria encontrar soluções

E viver asfixiado pelas colunas da noite