Aparências
Há corações que são de ferro
Há corações que são de vento
O meu invento
Quando preciso canto alto
Quando necessito derivo
Sou assim mesmo
Um silêncio atrás da porta
Há razões sem aparência
Há amores sem decências
O meu arde nos olhos
Quando quero danço-me
Quando desejo meu doo
Inteiro
Há nuvens que são de chumbo
Há nuvens que são de chuva
A minha flutua
Quando gosto vou ao inferno
Quando chamo é por teu nome
Sou assim desde menino
Um dia do avesso
Um dia doido e meio
Não rasgo palavras bonitas
Respiro rosas e esquinas
Há corações que são de pessoas
Há corações que são invernos
Milton Oliveira
14jan/2019