Mirante
Sozinho, lá no mirante
ele observava as moças de porcelana,
as gorduchas untuosas metidas em cangas,
e o espumoso ondear do gigante.
Sozinho, lá no mirante
conversava com as formigas em fila indiana,
Bebericava seu drink cor-de-laranja,
à sombra do tanheiro farfalhante.
Ria,
exaltava-se no calor do colóquio,
gesticulava, fazia analogias.
Passava pras formigas o monóculo,
apontava à longínqua ilha,
e degustava, lentissimamente,
seu alaranjado coquetel alcoólico.