O amor é atemporal.
No princípio Deus criou o princípio.
Uma linha contínua o espaço-tempo.
Nele a vida material se fez mancípio.
Preciso no sentir num prover atempo.
Pro filósofo, um transitório momento.
Pro sábio, um viver no raro aprendizado.
Pros amantes, se faz curto no ajuntamento.
Na espera, se mostra longo e desazado.
Não se pode voltar ou alterar o passado,
Nem ir ao futuro do destempo é possível.
Cada momento é raro, único e inusitado.
Um presente que no presente nos foi dado.
Mas se somos prisoneiros no entretempo.
Somente do gracioso vinculo do sentir.
O tempo pode romper num caro retempo.
Pois o amor vence o tempo e o seu advir.
(Molivars).