Um malandro de antanho
O terno branco de linho
Que vivia todo vincado
Desfilando em desalinho
Sem cravo, amarrotado
Rescendendo à ressaca
Vagueando em meandros
Balbuciando em via sacra
Onde desfilavam malandros
Já sem a velha parceira
Com a navalha penhorada
Becos sombrios da gafieira
Faz balanço das madrugadas
Acorda de terno e gravata
Sem os breques das passeatas
Sem as meninas vedetes
Das lança-perfumes e confetes
As mesas de bares rodadas
Não tem mais veludo, sinuca
Trocava aluguel por tacadas
Armadas feito arapucas
Camuflado em novo palco
Sem colônia, sem o talco
Abandonou infiéis apostas
Converteu-se agora em janota