UM VULTO EM MINHA DIREÇÃO
Se era noite ou era dia não sei
Se bebi também não sei dizer
Eu não sabia nem o que fazer
Estava ali, inerte, ao Deus dará
Como um pobre incapacitado
Todo ensopado, no chão deitado
Imaginando só a morte chegar
Quando de repente, em minha direção
Um vulto surgiu, veio caminhando
E eu ali, incrédulo, apenas esperando
Que alguma coisa acontecesse
Mas o vulto parou, virou estátua
O que aumentou meu sofrimento
Pareceu afastar-se num momento
Se era homem ou mulher não sei
Se queria ajudar não sei dizer
Eu não sabia nem o que pensar
Queria somente sair, descansar
E entender o que acontecia
E onde danado eu estava
Que lugar seria esse, meu Deus!?
O vulto se mexeu, começou a andar
Em minha direção veio me abordar
E novamente parou, ficou esperando
Testando meu medo, minha covardia
Percebeu que eu não lhe seria útil
Resolvendo voltar e sumir de vez
Respirei aliviado com mais lucidez