UM VULTO EM MINHA DIREÇÃO

Se era noite ou era dia não sei

Se bebi também não sei dizer

Eu não sabia nem o que fazer

Estava ali, inerte, ao Deus dará

Como um pobre incapacitado

Todo ensopado, no chão deitado

Imaginando só a morte chegar

Quando de repente, em minha direção

Um vulto surgiu, veio caminhando

E eu ali, incrédulo, apenas esperando

Que alguma coisa acontecesse

Mas o vulto parou, virou estátua

O que aumentou meu sofrimento

Pareceu afastar-se num momento

Se era homem ou mulher não sei

Se queria ajudar não sei dizer

Eu não sabia nem o que pensar

Queria somente sair, descansar

E entender o que acontecia

E onde danado eu estava

Que lugar seria esse, meu Deus!?

O vulto se mexeu, começou a andar

Em minha direção veio me abordar

E novamente parou, ficou esperando

Testando meu medo, minha covardia

Percebeu que eu não lhe seria útil

Resolvendo voltar e sumir de vez

Respirei aliviado com mais lucidez

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 13/01/2019
Reeditado em 13/01/2019
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