Em segundos
A noite aconchegou o silencio ferido/
No seio das horas/
Daquele instante/
Havia chuva lá fora/
Nós dois juntos no agora/
Num espaço cujas folhas do jardim segredavam agradecidas/
Oscilavam com a brisa num pacto/
Cuja essência ofertava a janela do quarto/
Um segundo de você/
Alí diante de mim/
Olhei a luz dos teus olhos/
Que escreviam, dizendo calados/
De todo o seu amor/
Traindo o que a boca insinuava/
Sem meias verdades/
Sem dizer nada/
Nossos corpos parelhos no solo do carpete/
Como a se pertencer/
Bebendo e comendo do cio prazer/
Envoltos em vozes gemidos, num Louco querer/
Como a buscar respostas, você entregue, perdida/
Perguntava se eu te amava/
Em risos, no corpo de alma penada/
Eu a olhava numa pausa, com o corpo suado e com a cabeça concordava/
Mesmo sem saber/
Mas você outra vez, em suplicas de dor/
Reclamava e julgava a sua versão/
Como mentira/
Saia do chão/
Com o coração em dor/
Mas o meu amor não é passageiro da ordem/
É assim, coisas do amor/