Litorânea
Porque era assim litorânea
de caminhar pelas orlas
no lastro das conchas
pisava na espuma
nas bordas brancas
das suas auroras...
vivia à beira
do seu mar de água doce
bebia em goles
os seus segredos
ainda que fossem
pequenas doses
de um puro desejo
de inverter oceanos
pular medianos
mergulhar no sal
e ser oceânica
o corpo no sol
chorando de lua
uma chuva de conchas
no seu litoral.