CALOR SAARIANO

Olha que este mormaço

Ainda me mata!

É um calor saariano e desumano

Que desencoraja um simples passo,

Que me faz fugir até de abraço,

Que extrapola a tolerância

E desacata qualquer elegância.

Cala a voz, seca a garganta,

Dá um cansaço que se agiganta,

Deixando o corpo suado e prostrado.

Tento não fazer esforço, nem pensar,

Para não ter o cérebro queimado.

A gente fica a dormitar,

Sem querer nem se mexer.

A pressão sanguínea cai...

O bom humor se esvai...

A gente nem sente vontade de falar.

Ainda bem que inventaram

o ar condicionado

Que me faz sonhar

Com um branquinho lugar nevado...