Desencontro

Quando fechei os olhos, ouvi teu grito

Tua voz ao pé do ouvido, o tormento

Arrancaste de mim o sono e a tranquilidade,

A pressa em querer te ter por perto,

Manteve-me sóbrio na noite fria,

Porque eu pretendia te ter em mim.

Quando eu abri os olhos, não havia tu

Nem tua voz, nem teus olhos a me observar,

Teu grito era mudo, mas ensurdecia meus ouvidos,

Teu silêncio grito estava em mim, no meu ser

Perder o sentido e ainda assim te sentir,

Numa história só minha que não chega ao fim.

Há em mim uma vontade tua, um aperto de mãos, talvez,

Um barulho, um olhar, um toque, tu sobre meu corpo,

Mas as tuas sensações estão voltadas a outro corpo,

O meu ainda está perdido de mim e do que restou de nós,

A minha voz trêmula te desperta o desprezo de mim,

Ao mesmo tempo que te excita o corpo.

Deveras sentir o que nos desperta interesse,

Mas nós nos perdemos no meio do caminho,

Ou nunca nos encontramos.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 11/01/2019
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