O ser
Não existe ser nesse recanto
Doce encanto, prazer, nem tanto
Quanto encanto o canto em prantos esconde
Esse ser em medo encolhe e quase some
Onde está a prosa nesse verso descoberto
Onde está a lenda que não soube ser verão
Querer ter é ser, sincero rever
Não há saber que seja sobre só o ser
Se não foi, sem causa, tempo, razão ou prosa
Um verso cobra seu tempo, um cravo brota em uma rosa
Ventania fechada que rima fora de qualquer obra prima
Percebe quão ntenso, que cobra o preço de seu desejo
Perfeito seria, o caso inteiro, se não fosse rima
Se não fosse prosa, se não fosse verso, se não fosse prima
Se não fosse obra, se não fosse cobra, se tivesse rima
Deixaria de ser e seria então, o quê?