MIDAS
Todos os silêncios parecem falar de você
Como as manhãs surgem em nós
Acordam o desejo triste de nos esquecer
Ou de falar baixinho pra não sair voz
Todas as noites têm perfumes e cantos
Nas roseiras antigas dos quintais
No frio dos bosques meus desejos santos
E dentro do quarto teus primeiros ais
Toda cortesia é paralela ao medo
De estar doente sem cura nem nada
É como esconder de todos o maior segredo
Que salvaria o mundo da tragédia dada
Tudo que eu toco vira cinza e barro
Midas ao contrário sem nenhum tesouro
Mas os seus olhinhos são pra mim um jarro
Irradiando luz, transbordando ouro