MIDAS

Todos os silêncios parecem falar de você

Como as manhãs surgem em nós

Acordam o desejo triste de nos esquecer

Ou de falar baixinho pra não sair voz

Todas as noites têm perfumes e cantos

Nas roseiras antigas dos quintais

No frio dos bosques meus desejos santos

E dentro do quarto teus primeiros ais

Toda cortesia é paralela ao medo

De estar doente sem cura nem nada

É como esconder de todos o maior segredo

Que salvaria o mundo da tragédia dada

Tudo que eu toco vira cinza e barro

Midas ao contrário sem nenhum tesouro

Mas os seus olhinhos são pra mim um jarro

Irradiando luz, transbordando ouro

João Barros
Enviado por João Barros em 10/01/2019
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