Cidade de Simulação

Vivo numa cidadela desmedida

de medidas incongruentes.

Alheios residentes

e suas máscaras

transmitidas

(arrimos de hereditariedade confusa).

Bailam a melodia

muda

do irreal legítimo.

Simulam!

Posam em porcaria luxuosa

os entes camuflados,

desatentos de si

e atentos ao imediato,

ao pegado calado colado.

Vida alheia é item de vida

dessas mentes

endividadas.

Não entendem que são

defuntos falantes.

Repugnantes

se nutrirem línguas aguçadas

Ditos-cujos de um lado,

parcos.

Sombras num outro,

nulas.

Seres crédulos,

representados.

Aparentam ter o que não se têm.

Não têm!

São ausentes de uma história

presente!

Se dissimulam?

Cobrem!

Seriam presentes se dissimulassem,

fingiriam não ter o que se têm.

Mentem!

Simulando não fingem,

crêem

na hipocrisia dialética.

Adotam o fantástico

(providencial)

Vivem (morrem?)

o mundo de Alice.

Alice que jamais desperta.