RENUNCIO A ESSE AMOR!
Renuncio a esse amor!
A bandeira que você empunha sugere atrito e não posso escurecer a brancura da paz!
Caminharei sem teto até que a couraça da minha vida se acostume com as intempéries do mundo. Sem você a minha vida será o próprio martírio!
Sei que não se prescinde de um encontro nascido de um sonho, mas a realidade borda uma outra cena. Sofrer amando-a provoca ir afora para tentar viver mesmo ao abandono!
Não quero que entenda minha renúncia, pois não consegue entender o meu simples clamor!
Vou! Carregarei o peso do mundo e os meus rastros ficarão insculpidos neste universo, minhas rosas serão o ornamento para desfazer a tentativa insana de só lhe dar o amor!
Seguirei! A dor deste comando soa profunda, talvez porque eu tenha me preparado a vida toda para ficar, mas preciso ir!
Não ouso ser entendido, isto é pedir muito para quem não soube, ao menos, entender o amor! Ele estampa cores!
Tentei colorir seu mundo;
dar luz ao sol quando ele não surgia;
pratear a lua e cintilar as estrelas quando a chuva chorava sobre o chão!... Tudo inútil!
Refiz tudo para recomeçar e não posso viver neste eterno recomeço!
Por isso, queira-me bem! Não precisa me amar, mas pode esvaziar seu coração de mim. Também é outra forma de querer bem e de amar!
O cansaço venceu a hora! Sigo só...
©Balsa Melo
31.07.2005
Cabedelo - Paraíba