Filho da noite e do rio
Trago um segredo nas mãos
Mas não deixo de ser como sou
Um desperdício de nãos
Consumido no tempo e na dor
Não quero e nem posso esperar
Pois a noite me encanta assim
Sonhando com um tempo a sonhar
Que estou tão distante de mim
Me ausentei do destino um dia
E perdi o consumo do chão
No poema não existe poesia
Nem no canto existe canção
Mas eu faço o que posso com tudo
E se a noite condena-me ao frio
É que a voz não me deixa ser mudo
Pois sou filho da noite e do rio