Filho da noite e do rio

Trago um segredo nas mãos

Mas não deixo de ser como sou

Um desperdício de nãos

Consumido no tempo e na dor

Não quero e nem posso esperar

Pois a noite me encanta assim

Sonhando com um tempo a sonhar

Que estou tão distante de mim

Me ausentei do destino um dia

E perdi o consumo do chão

No poema não existe poesia

Nem no canto existe canção

Mas eu faço o que posso com tudo

E se a noite condena-me ao frio

É que a voz não me deixa ser mudo

Pois sou filho da noite e do rio

João Barros
Enviado por João Barros em 09/01/2019
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