SENHOR CIDADÃO.

Senhor cidadão
me diga o que foi,
sua cara pálida
de tanta  chorar,
seus olhos morteiros,
sua calça rasgada,
sua mão calejada
de tanto penar,
me diga agora,
sobre sua agonia,
essa pele fria
querendo gritar,
me diga agora!
Enquanto há tempo,
de recuperar,
me diga porque 
mudou-se de lado,
me dê seu recado
para eu poetar,
caiu num buraco,
quebrou uma perna,
e a sua sina a perdurar,
o que ti governa,
quer o seu suor,
quer as suas viceras,
pra poder fartar-se,
tu foi enganado
senhor cidadão,
e essa lição o tempo
o trará,
seu dono quer guerra,
sem ter uma arma,
seu dono quer terra,
ele quer retirar,
os donos nativos,
deste lugar,
senhor cidadão,
olha o que tu fez,
sem mesmo saber
deu ao insano poder,
a pátria caminha
para triste guerra,
e conta sabe quem
vai pagar?
O nosso destino
assemelha a um menino
que não sabe aonde ir,
nem aonde chegar.




























 
Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 08/01/2019
Reeditado em 08/01/2019
Código do texto: T6545520
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.