O Cálice da Saudade
Recito a obra dilacerada trivial
Onde o coração é suspenso
Pela máquina loucurosa
Instigo os prazeres da capitania de minha alma
Que se atrofiam na imensa lacuna
Do cálice da minha saudade
Penso além da famigerada divisão
Que nocauteia meus pertences
Intrigo meu pensamento na raia da dor
Desapego da posse de minha remissão
Nocauteando assim a obra composta
Da assolação infringida pelos sonhos
Que formam a raiz do incomum
Permaneço orientado no caminho formal da dor
Insisto em desvendar mistérios
Pois o secular se torna obsoleto
Na sucção intermediada do anormal
Insisto em adormecer sonhos
Onde a deidade do anormal
Suplanta minhas emoções
Nos calabouços sucateados pela infame
Falácia de meu imaginário
Redijo o destino esquematizado
Pelas bonanças claras da alma
Prefiro responder as minhas ilusões
No simples contato com a enigmática
Imagem da dor
A odisseia insiste em pestanejar
A cefaleia do inatingível
Insisto em atingir a noção templária da razão
Confisco em ressecar o sorrateiro enigma
Desviado pelas noções intencionais do arbitrário
Pestanejo a secularidade do anormal
Desmedido entre obras seculares da dor
Anseio a liberdade do acaso
Suplantando assim a inimizade do temor
Desvio a súbita ordem da dor
Destemperando o salto ascendente do trivial
Infiltro as noções dispensadas
Camuflando assim a ordem anárquica de meu imaginário